quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Quem sou eu (versao completa)

Como me impediram de postar quem sou eu no espaço reservado para isto, aí do lado esquerdo, resolvi me utilizar deste outro espaço, destinado a coisas mais importantes do que falar sobre a minha "pessoa".

Quem sou eu? Algo próximo do que se descreve abaixo desta frase que termina neste ponto final.

Olá, eu sou o Juca. Me disseram que para fazer sucesso é preciso ter um nome bonito, algo chamativo, pop, universal. Mas eu não sou muito bom nisso, afinal sou um simples cachorro vira-lata que vive numa casa normal, com donos normais. Mas eu sou curioso, chato e prepotente ao ponto de me achar uma pessoa. Me acho várias outras coisas também, menos humano. Isso nunca. A parte do que sou, existe o eterno deleite que a observação do mundo, das coisas e das pessoas me causa. Me divirto, me encanto, me entristeço e me inspiro só de observar tudo o que me rodeia. Pode ser essa parede branca ou o tampo de vidro sob o qual me deito todos os dias. Mas, claro, o que mais me chama atenção são as pessoas humanas, suas interações entre si e com o mundo. Sou tão marcado por tudo isso que, num dado momento da minha vida, resolvi parar de “apenas” pensar e começar a escrever estas minhas impressões. Não porque as julgue importantes. Não, longe disso. Apenas porque elas são tantas que estão causando um certo incômodo aqui dentro do meu cérebro, que é pequeno, como todos sabem. Um minuto, ouvi um barulho, vou até a porta latir (será que eu devo escrever “latidos ao fundo” para transmitir mais veracidade a este relato?). Pronto, voltei. Então, cansado que estou de apenas olhar e pensar, resolvi vir aqui falar e dividir, porque acho que é disto que o mundo precisa, diálogo, comunicação, divisão. Não pela importância do conteúdo que quero transmitir. Quantas e quantas pessoas já pensaram, pensam e vão pensar sobre isso. Quantos gênios já escreveram as mais belas obras sobre estes temas que nos permeiam (obras que não li, por motivos caninos óbvios). Mas, no fundo, nada é de ninguém e tudo é de todo mundo (se é que há alguma outra afirmação mais inócua que esta, por favor, me avisem). Porém, embora ache que tudo é de todos, tenho que admitir que existe uma exceção: a minha bolinha. Ela é só minha. Logo, como eu tenho a minha exceção, creio que todo mundo tenha a sua e, de tanta exceção, vivemos num mundo tão complicado e dividido. Todo mundo se matando para delimitar suas posses, o que é seu e o que pode ou não ser do outro. Todo mundo querendo tudo pra si (ah se todo mundo tivesse uma bolinha como a minha...). Ou vocês acham que eu não vejo TV, não ouço rádio, não acesso a Internet? Sou um cachorro moderno. Estou conectado ao mundo, das mais variadas formas. Já mandei até email para o SAC da fabricante da minha ração! Sou tão moderno que as dores do mundo que afetam vocês, pessoas humanas, passaram a me afetar também. Eu também sofro, choro por um sem motivo de coisas. Também tenho depressão. Minhas crises existenciais são tão extensas e profundas quando as de vocês. Já me espantei com Sócrates, Aristóteles. Já passei por Locke, Hume. Até Santo Agostinho já me tomou tempo. Mas superei esta fase, e também já gritei aos quatro ventos através dos meus latidos “Deus está morto”. Aliás, assim também falou Zaratustra, com razão e bem antes de mim. Já partilhei da náusea de Sartre, e do pessimismo realístico e mal-interpretado de Schoppenhauer. Por essas e outras me chamam de Juca, o cão filósofo. E como achei que houvesse um pingo de “marketing” nesta alcunha, resolvi adotá-la, e assim me descreverei daqui pra frente. Espero poder dividir e comunicar o que sinto e o que penso. E, pra terminar, não se surpreenda se os sentimentos e os pensamentos de um cachorro como eu não forem tão diferentes dos seus.

2 comentários:

  1. Juca vc é muito fofo. Tem mesmo focinho de filósofo. Mas como todo bom filósofo, deixa dúvidas: o que são "pessoas normais" ?! Brincadeira ... lambeijoks

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  2. Conheco o seu odio por mim Juca.
    Abracos
    Chineis

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