(Há pouco ouvi uma conversa telefônica, não sei ao certo se na TV ou na vida real, mas me lembro exatamente do tema. Era sobre relacionamento. Amoroso, no caso. E eu, que não sei muita coisa sobre o assunto, já que aqui, no meu sub-nível de existência, no mundo canino, as coisas são BEM mais simples entre os machos e fêmeas, resolvi me arriscar neste vasto e complexo universo humano de amor e outras relações nem sempre inteligentes que vocês constroem)
Na verdade não é difícil.
É simples. De repente, não há sintonia.
Há na verdade uma zona intermediária que separa a sintonia do caos, da aleatoriedade. E estar nesta zona é encontrar-se, ao mesmo tempo, em sintonia e sem sintonia.
Como uma ligação de celular com um sinal ruim, que é cortada a cada segundo.
Mover-se mais para um lado significa, necessariamente, afastar-se do outro.
E como saber para que lado ir?
A situação, que hoje parece difícil, na verdade é fácil. Triste é apenas aquele sentimento de estar causando "tristeza" na vida alheia.
Triste é saber que se é o fator que “empurra” o outro para a zona intermediária, para longe da sintonia, ao mesmo tempo em que nos esforçamos ao máximo para nos aproximar dela.
Sim, a relação entre duas pessoas é uma troca que se auto e retro-alimenta constantemente.
Logo, a causa do novo fato está atrelada ao resultado do fato imediatamente anterior.
A primeira briga, se por exemplo gerar remorso, afetará a segunda briga nesta exata medida.
Talvez o segredo seja voltar ao estado inicial, imaculado, sempre. Se é que isso é possível.
O problema, talvez, seja saber compreender a diferença entre as vontades e as intenções das pessoas.
Que variam tanto quanto a roupa que elas vestem.
Logo, não é o fim do relacionamento, mesmo que temporário, o real problema.
O cerne da questão está na dificuldade que temos de enxergar o mundo como ele é de fato.
E, obviamente, em como as impressões que este mundo deixa na gente nos afetam.
Pois é possível dizer que somos outro a cada nova impressão adicionada.
E, se não somos mais os mesmos depois de cada nova impressão, geraremos, a cada mudança, novos padrões.
Como controlar este processo aparentemente aleatório?
Talvez o problema não se encontre no mundo.
E talvez a solução esteja em como nós o concebemos.
quanta exposição...
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