(Hoje eu acordei tristonho. Esqueceram de me dar ração e minha bolinha sumiu por debaixo desta cama gigante e inacessível. Por isto estou triste. Venho pensando que a dor que as pessoas humanas sentem talvez faça sentido. Eles sentem tanto que resolvi partilhar desta dor, sentindo-a eu mesmo. Ora, também sou pessoa, portanto também devo sofrer. O que melhor define uma pessoa do que esta dor existencial? Só eu sei o real significado da expressão “mundo cão”)
Eternamente subjugado ao inferno do meu ser.
Carrego o peso de ser quem sou.
A dor contínua pelo fato de o espelho refletir a minha imagem quando olho pra ele.
Eterna insatisfação por carregar os pensamentos que me pertencem.
O meu que nunca vai ser o outro.
A insatisfação de dar a mim tudo aquilo que disponho.
E de desejar tudo aquilo que não tenho
O Eu que sou e as infinitas possibilidades de quem não fui nem nunca serei.
Este é meu fardo.
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